quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Áreas publicas Franca (o caso dos bolotas)

Uma grande polêmica que surgiu em nossa cidade nos últimos tempos diz respeito à utilização de áreas publicas. Franca, do modo em que o poder público está tratando a questão, está na contramão dos direitos conquistados em outras cidades, governadas por políticos realmente preocupados e interessados com suas comunidades. Há pouco tempo atrás, o governo federal colocou a disposição do pequeno empreendedor a oportunidade de legalizar-se, podendo ele, seja qual for seu ramo de atividade , contribuir para a previdência social, ter acesso a crédito facilitado e outras garantias que antes da tal regulamentação só era possível àquela pessoa ou empresa de maior porte. Hoje, o camelo, o vendedor ambulante, a consultora de beleza que vende por catálogo, enfim todo tipo de atividade econômica, que, em maior ou menor quantidade gera riqueza, possa ser regulamentada até porque, é incoerente o estado abominar esse trabalhador que também merece o devido respeito, palavra que para o poder público de Franca, em qualquer esfera, parece-me desconhecer, já que tais atividades são geralmente exercidas em áreas públicas, portando, cabe ao setor público regulamentar ao invés de proibir, já que a proibição está na contramão da história e dos direitos adquiridos.
Franca tem sua economia voltada principalmente ao setor calçadista, setor esse que se encontra em momento difícil gerando muitas demissões, fato que é mais do que sabido da população francana. Nesse momento extremamente desfavorável para a economia da cidade, querem acabar com os bolotas, espetinhos e demais meios de sobrevivência de grande população. Às vezes, fico pensando que tem algo atrás dessa atitude do nosso reeleito prefeito; às vezes, acredito que acabando com essas áreas, acabam também com o ponto de encontro das pessoas das periferias, já que a maioria desses comerciantes se encontra nesse local, sendo assim, a discussão de problemas sociais como o NUBES fechado, a praça escura, a falta de segurança, a falta de lazer e demais problemas sociais não acontecem, já que com o bolota fechado não há convívio social entre as pessoas que não possuem condução própria para fazer um lanche com a família e os amigos longe de suas casas.
A dificuldade encontrada pelos micros empreendedores em Franca é imensa, e em época de crise, a cidade ao invés de apoiar iniciativas econômicas, dificulta ou proíbe o surgimento de alternativas, um espetinho a menos, é uma família a mais a passar dificuldade, não é aceitável que a prefeitura de Franca acredite que só dentro da fabrica de calçado é possível ganhar a vida, acredito que o cidadão, o ser humano tem o direito de procurar uma melhor condição para si e sua família, pagar seus impostos, suas taxas, ter seus direitos, ser respeitado, e esse apoio ao micro empreendedor, a prefeitura municipal de Franca, sendo representado pelo Sr. Sidney Franco da Rocha ignora de forma escandalosa ao vetar o projeto de lei que regulamentaria o comercio dos bolotas, e mais, a câmara que em um momento de euforia de final de ano aprovou tal projeto, no decorrer do mês de janeiro acovardou-se e mais uma vez, (nem todos os vereadores, justiça seja feita) não derrubando o veto do prefeito das elites, que prefere gastar milhões para arrumar o transito próximo ao Galo Branco para atender aos interesses de logística e acesso das gigantes Wal-Mart e Carrefour enquanto bairros antigos de grande população, e que não circula as elites, há anos estão sem asfalto, escolas, creches e agora, até sem lazer já que seus “estabelecimentos” e ponto de encontro como os bolotas viraram alvos da caça do poder público como verdadeiros foras da lei.
A sociedade francana, não pode permanecer calada diante tal agressão. Temos que questionar, reclamar, indignar até porque, a maioria da população francana é contra tal medida, que só beneficia uma pequena elite e massacra a economia e o lazer da periferia. Devemos nos indignar com tal situação e principalmente carregar junto ao nosso titulo de eleitor os nomes dos vereadores que agem contra o povo que os elegeu afim de que daqui a quatro anos essas pessoas sejam expurgadas em definitivo no cenário político municipal, já que escandalosamente se comportam ao contrário do esperado pelo povo que o elegeu.


Vereadores que votaram a favor dos bolotas
Graciela Ambrosio - PP
Josivaldo Bahia - PTB
Paulo Afonso - PT
Silas Cubas - PT
Valter Gomes - PSB
Vanderlei Tristão – PTB

Vereadores que votaram a favor do Prefeito
JEPY PEREIRA - PSDB
LAERCINHO P PP
MARCELO VALIM - PSDB
MARCOS GARCIA - PP
OSCAR MERCURI - PP
PASTOR OTAVIO PINHEIRO – PTB
PAULO ZAMIKHOWSKY - PSB
RUI ENGRACIA – PSDB

Obs.: O vereador Joaquim Ribeiro, como presidente da câmara não votou, cabendo a ele o voto de desempate, coisa que não foi necessário.

Geliane Gonzaga
Geógrafo e Secretário de organização PCB-Franca

Um comentário:

Eduardo Gonzaga disse...

Séria uma boa fecha os bares da burguesia tambem, ja que o lazer da classe media esta sendo massacrata pelas autoridades.