domingo, 31 de agosto de 2008

Especialização no exterior






Para as pessoas que queiram viver uma experiência nova que poucas as pessoas tem condições ou coragem para realizar,ai vai o excelente relato de um jovem formando que decidiu viver novas aventuras com coragem de enfrentar a vida e seus desafios.A leitura desse relato não deixa dúvidas da bagagem cultural e profissional que esse francano de valor vai acumular.Parabéns pela coragem e disciplina empregada nessa viagem !!





ESPECIALIZAÇÃO NO EXTERIOR
Durante o meu curso de Agronomia na Universidade Federal de Lavras (UFLA) tive a vontade de viver uma experiência rural internacional, em um país com alta tecnologia, respeito ambiental e de preferência com idioma inglês para o aprimoramento da língua.

O passo seguinte foi dado no final da graduação, baseado em experiências de colegas, incentivado pelos professores, e com apoio da minha família consegui o suporte necessário para realizar esse projeto. Por meio de uma empresa de intercâmbio conveniada com a UFLA providenciei toda a documentação necessária para a viagem. Muitas eram as opções de países, mas minhas metas já estavam estabelecidas, decidi pela Nova Zelândia por ser um país com agricultura de ponta e o idioma ser o inglês. Apesar de ser um país pequeno em relação ao Brasil, eu poderia conviver com muitas pessoas, e teria a probabilidade de morar próximo à cidade, o que seria ótimo para minha experiência cultural, pois aqui poderia encontrar pessoas do mundo inteiro.

A Nova Zelândia é um país jovem com 101 anos, ex-colônia inglesa, tem primeiro ministro, mas continua tendo a rainha da Inglaterra como chefe símbolo do estado, a extensão territorial é semelhante ao Estado de São Paulo dividido em duas ilhas principais e várias outras menores. Está localizada na Oceania próxima à Austrália. É o último conjunto de ilhas antes da Antártida, o clima é temperado como no Uruguai e na Argentina, o terreno é predominantemente montanhoso com planícies costeiras e sujeitos a perigos naturais como terremotos, vulcões, tsunamis e nevascas, como tantos outros países.

A Nova Zelândia é uma ex-colônia diferente, onde desde o primeiro momento os ingleses buscaram fazer um país desenvolvido e não explorá-lo, então surgiu um país moderno com qualidade de vida de primeiro mundo, e sociedade igualitária, onde todos são vistos da mesma forma e respeitados do mesmo jeito, não interessa a cor da pele, religião, status social, preferências sexuais ou ideologias políticas, infelizmente no Brasil ainda é difícil imaginar que exista um lugar assim. A vida aqui é tranqüila e com total segurança, a polícia não precisa usar armas.

Todos trabalham muito, mas nas horas de lazer temos à disposição um cenário que encanta e paisagens que fazem cair lágrimas dos olhos. Para se ter uma idéia é perfeitamente comum estarmos na praia com temperatura confortável, tendo ao fundo uma cadeia de montanhas cobertas de neve.
A economia é fortemente baseada na agricultura e esta apoiada no cooperativismo, que também me atraiu, com alta tecnologia e sem subsídio, as atividades principais são a fruticultura irrigada, ovinocultura, existe uma média de quatro carneiros por habitante, e pecuária leiteira, esta última destaca o país como líder mundial de produção e manejo do gado; os mercados consumidores são especialmente o bloco Europeu, Japão e países da Ásia.

Desde a minha chegada trabalho em período integral e continuo estudando inglês, a duração do intercâmbio é de um ano, portanto vou ficar até novembro. Na primeira etapa trabalhei com culturas de maçã, uva e participei da produção de vinho, onde aprendi bastante sobre os processos produtivos e a busca intensiva por qualidade. Atualmente, trabalho em um enorme Jardim Botânico que é motivo de orgulho dos neozelandeses devido à cultura de preservação ambiental deste país, que é considerado a capital mundial dos esportes radicais.

Esta experiência está sendo ótima e acrescentando muito para a minha vida pessoal e profissional. Aqui tenho tido oportunidade de conversar com pessoas de muitas culturas e agriculturas diferentes, de mais de quinze países. Já conheci pessoas da Inglaterra, Irlanda, França, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Israel, Japão, China, Índia, Fiji, África do Sul, Portugal, Rússia e todos estão felizes por optar pelo intercâmbio na Nova Zelândia.

Como filho e neto de cafeicultores, espero o momento de voltar ao meu Brasil, levando como bagagem o conhecimento adquirido, somado ao desejo de compartilhar com todos, especialmente com nossos produtores, essa experiência, e com a certeza de que poderei contribuir de alguma forma para o progresso do nosso país.

O fato negativo é somente à distância e a saudade, mas recomendo o intercâmbio profissional/cultural a todos os jovens que como eu, consideram Deus, a família, o trabalho e o associativismo como alicerce para uma vida plena.

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